sexta-feira, 14 de março de 2014

Março marçagão



manhãs de inverno tarde de verão…


Em Abril, águas de mil…




Dr. Varela de Matos










Este adágio popular, espelha bem, os tímidos dias de Primavera e as
ultimas resistências do “rei inverno”, que teima em agarrar-se ao seu “trono”
de onde sopra fortes ventanias…


Festivais, festivaleiros, apresentações, limpezas de currais,
desbastes de cavalos, experiencias, novos passes, tourei o de salão…


Começa pois a temporada com altos e baixos.


Aficionados, empresários, apoderados, artistas, todos com a
consciência de que ainda há muito por “limar”, “desbastar”, “olear”, para fazer
esquecer o duro inverno da paragem e desabrochar as tardes primaveris.


Este é o estado de espirito “reinante”.


Vamos aos festivais e às primeiras corridas, à espera de “manhãs de
inverno” e recebemos “tardes de verão”.


Março, Marçagão…


Por vezes, as nossas expectativas são goradas e temos “manhãs de
verão” (ilusórias manhãs de verão) e “tardes de inverno”, quando saímos das
praças, lamentando dinheiro do bilhete que pagámos e o tempo que perdemos…


Sonhámos ilusionados com faenas de encantamento, em tardes primaveris
e “deram-nos” tardes de tédio, aborrecimento e desencanto.


É. A festa tem estes mistérios…


Depois de cada deceção, juramos não voltar “lá”. Não mais queremos ir
lá “vê-lo”, porque pela enésima vez não “esteve bem”. Rapidamente alteramos o
nosso estado de espirito… Voltamos a acreditar… desta vez é que será… na
próxima é que “Ele” (ou “Ela”) sairá em ombros… com uma multidão a aplaudir e a
gritar “Torero” ou “Torera”.


O nosso espirito também imita o adágio Março Marçagão… mesmo quando
temos tardes de inverno e manhãs de verão, sonhámos em manhãs de inverno e
tardes de verão.


E, é com esse espirito que rumamos, à antiquíssima e Portuguesíssima
terra Oliventina, na margem esquerda do Guadiana, ocupada há 200 anos… pelos
castelhanos…


Logo a seguir virão tardes de Abril (com águas mil) na Maestranza,
junto ao Gualdiviquir…


Este ano estará mais “pobre” de figuras, porque as “Primeiríssimas”
fizeram um “manguito” à empresa…


Oxalá o São Pedro, não nos faça gesto igual e possamos desfrutar em
Sevilha tardes de Abril, sem águas mil… porque os “demás” também merecem uma
oportunidade… de ouro…


Pairará no ar a ausência do “maestro dos Maestros”, O
Senor El Juli… madrileno radicado em Olivença… mas não importa, Las Ventas é
já… em Maio! E lá iremos…


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